quinta-feira, 23 de julho de 2009

Saudades do que nunca vivi...

Tenho saudades de coisas que nunca vivi...
Não sei bem explicar, mas senti isso novamente ao ler hoje, logo cedo um post inspirador da Nina do Entre mãe e filha... Nina descreve a sensação do banho no rio Amazonas, da saudade dela da época em que vivia lá, seu trabalho com a população local.
Vale a pena ler o post, pois, Nina além de escrever muito bem, tem uma leveza com as palavras que me faz sonhar e me emocionar quando estou lendo-as....
No seu outro blog, o Crônicas de uma menina feliz, Nina conta suas memórias da infância, sempre acompanhadas por seus desenhos lindos... Também vale a pena ler, as histórias são emocionantes.

O que senti hoje ao ler o post sobre o banho de rio, comentei no seu blog e vou colar aqui, por que quero compartilhar com todos:

Nina, esse post foi como um sonho bom pra mim. Conforme eu ia lendo, é como estivesse me banhando nesse rio... As vezes eu tenho saudades de coisas que nunca vivi... Estou sentindo isso agorinha mesmo...Tenho muita vontade de conhecer ou até mesmo morar nesses lugares, onde possa ver mais verde, tomar banho de rio... Acho que o ser humano foi criado pra isso, viver livre, tranquilo, com essa sensação de um eterno banho de rio e não para viver com medo, entre balas perdidas como vivemos aqui no Rio de Janeiro. Moro em um lugar mais tranquilo, em outro município, mas mesmo assim ainda temo. Semana passada uma menina chamada Leticia Botelho, de 13 anos cuja família veio morar aqui onde moro (Itaipuaçu-Maricá) pra fugir da violência do Rio, voltou lá no dia do seu aniversário para visitar os familiares. Houve um assalto a banco, um policial a paisana começou a trocar tiros com os ladrões, várias pessoas foram feridas, mas essa menina, que ainda foi levada ao hospital, não resistiu e morreu... No dia do seu aniversário de 13 anos. Entende por que tenho medo? Sei que não posso fugir da violência, sei que só Deus sabe a nossa hora, mas... Queria ao menos viver um pouco mais tranquila, mais "leve"... Tenho vontade de ir embora do Brasil, mas se não desse, iria ao menos para lugares como tua Terra Natal... Obrigada, Nina, por ser tão sensível, por ter um blog e me proporcionar isso que senti agora logo pela manhã... Beijos e que Deus continue te inspirando sempre!!!


Obs1. A foto do post é um lindo pôr-do-sol no rio Amazonas.

Obs2: Matéria sobre a menina Letícia Botelho aqui.

6 comentários:

Nina disse...

Estela menina vc foi ĺá e eu vim correndo aqui :)

Obrigada, pelas gentis palavras. Como sempre. Saudade do que nunca vivemos?? ahh eu tbm sinto isso. Mas sinto da época do hippies, anos 60, eu sinto saudade daquilo e claro, nao vivi... acho que isso é normal,né? sei lá.

Mas o teu comentário, ohh me deixou emocionada, as tuas palavras
e o teu jeito de colocá-las, puxa, que bacana, e o caso da menina, no Rio. Eu sinto tanto! Ohh Estela essas coisas mexem tanto comigo, eu fico tao abalada com essas historias tristes, sem razao pra se compreender, meu Deus. Eu amo o Rio sabe?? amo de verdade, do fundo do coracao acho a cidade mais linda do mundo, mas o que estao fazendo com o Rio, nao é justo... é uma pena e uma tristeza mt grande nao termos mais seguranca no nosso próprio país. E isso me entristece muito...

Um beijo Estela

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
A Nina é mesmo um doce de menina, leio seu blog faz tempo.
Estou divulgando uma promoção de um blog de um amigo meu. Se você puder, participe!O link está no meu blog.
Beijos e bom dia!!

Anónimo disse...

Estela, muito bonito o seu comentário. Nós (aquarianos) somos, muitas vezes, românticos com a vida, contudo a vida é bem realista conosco. Nada é muito perfeito. Veja bem, nós habitamos locais mais sujeitos à violência porém com mais recursos médicos e de saneamento básico. Estamos acostumados a abrir uma torneira e dela sair água, ligar um interruptor e acender uma luz, ligar o computador e entrar na net, usar o telefone, ver tv, etc..
Eu senti na carne o morar e trabalhar num lugar com uma natureza maravilhosa, tudo natural, tudo o que a gente ve em poesia. Maravilhoso!
Aí você trabalha o dia todo e mais um pouco, chega em casa cansado, vai tomar um banho e cadê a água..., vai tomar água e ela está bastante "barrenta"; como você é sangue novo no local, todos os pernilongos e borrachudos de lá vem te visitar e dar boas-vindas com boas ferroadas.
Durante o dia o verde das matas gera o oxigênio, mas à noite liberam gás carbônico. Se você dormir na mata fechada está sujeita a acordar no céu...
Interessante que é até meio irônico isso que escrevo. Dá impressão de crítica, porém não é. É questão de hábitos diferentes. O mesmo aconteceria se pegássemos um habitante do local e o largássemos na praça da Sé, em São Paulo. Imagina o "stress instantâneo" que entraria no "cara". Terrível, né?
Estela, tudo isso é lindo mesmo. É lindo para passear, conhecer... Agora, para morar sem estar acostumado, em princípio assusta.
.
Adoro você, grande amiga. Um grande abraços prá voces todos. Manoel.

Flavia Langer disse...

Amiga, primeiro...adorei falar com vc ontem...rs...
Sabe, saudades do que não vivi eu sinto sempre, tenho certeza que nasci na época errada, pq sei lá, não consigo me encaixar nos padrões atuais não...

Quanto aos acontecimentos recentes, eu fiquei triste, imaginar a alegria daquela menina ao escolher o presente que não pode levar para casa pq um babaca sem noção lhe tirou a vidinha...doi muito...tb já pensei em deixar o pais, mas como não existe a menor possibilidade, me mudei para a roça né...rs...cidade do RJ só em ultimo caso, e mesmo assim para ficar dentro de casa, e só vou pq meus sogros moram lá e marido more se eu não for...mas odeio...

Estela disse...

Manoel, quando minha filha nasceu, decidi sair do Municipio do Rio de Janeiro para ter mais tranquilidade para criá-la.
Onde moro atualmente também não tem água encanada, a água é de poço e barrenta...
Não temos saneamento básico, as casas usam o sistema de sumidouro...
As ruas são de barro...
Os borrachudos... Ah! Esses fazem a festa! Dormimos embaixo de dossel e tenho um pé de citronela no quintal sempre pronto para servir como repelente..

E... Quer saber a verdade? Vivo muito bem aqui!

Vivo com pouco, como já postei antes. o único "luxo" que tenho é a Internet e viveria sem ela numa boa, como vivi durante muitos anos, Internet é uma "novidade" pra mim!
Nem TV a cabo tenho! Só a assisto no trabalho!

Quando falo que quero sair do Rio de Janeiro (Estado), do Brasil é por que já estou farta da violência, da forma com que as coisas funcionam (ou melhor, não funcionam) por aqui.

Sei bem, amigo, que infelizmente não existe um "lugar perfeito".
Tenho o pé no chão e justamente por isso não tenho interesse em ir morar em mata fechada, até por que tenho uma filha pequena e preciso ter médicos, farmácias, supermercados, padarias próximos de mim...

O que quero, Manoel, é cidade pequena , andar na rua sem temer bala perdida, assaltos, estupros... Quero sair dessa guerra!!!! Ao mer ver, o ser humano não foi feito para isso!!!

Como diria Tim Maia, o que eu quero é sossego. Rs rs rs.

Abraço!
Fica com Deus!

Déia. disse...

Oi minha querida amiga,
é justamente isso que digo... quero viver com tranquilidade, sem ter medo de sair de casa, sem ter medo de levar meu filho para brincar na rua, correr solto.
Infelizmente nao vejo a luz no fim do túnel, mas tenho fé em Deus que nossas vidas estarão protegidas pelo manto sagrado de Jesus Cristo. Só com muita fé e orações podemos acreditar que teremos uma vida melhor.
Beijos linda e um ótimo fim de semana.